Há uns tempos li um blog que tinha um artigo sobre poluição sonora em Lisboa, infelizmente já não me lembro qual o domínio da página. Na altura não dei muita importância ao assunto, mas ele indicava bem o tipo de problemas na cidade, que ia desde o revestimento das infra-estruturas que reflectiam o som em vez de o absorver, à falta de sítios calmos em que se podia escutar apenas o silêncio.
Como vos disse não liguei muito, até que há uns dias, ia eu sair para comprar pão (sempre consegui as carcaças de forno de lenha Heimdal!!!), quando apercebi-me da gravidade do assunto. Estava eu a ouvir a minha musiquita (
Fates Warning, penso...) e pensei para mim mesmo: "deixa cá baixar o volume dos fones que isto faz-me mal aos ouvidos", assim ia a fazer, mas mal desci as escadas do meu prédio que fazem ligação à estrada de Benfica, apercebi-me que o volume da música não iria ser em muito reduzido: passa um autocarro e a música, que inicialmente me fazia doer os ouvidos, foi completamente abafado. O ruído dos carros a passar faziam com que os sons emitidos pelos meus fones fossem quase imperceptíveis.
Uns dias após o sucedido, resolvi fazer a seguinte
Experiência: liguei o
AVLS (controlo do volume para não danificar os ouvidos) do meu Discman e prossegui com o meu dia normal sem o desligar.
Registo de resultados: apenas me foi possível percepcionar decentemente a música em cerca de 33% do tempo decorrido em: percurso para a escola (constituído principalmente pela Estrada de Benfica), intervalos da escola (nos quais mal entrava no pavilhão central da D. Pedro V, os belos dos
Ozone monopolizavam as ondas sonoras) e finalmente percurso de regresso a casa (com menos movimento a Estrada de Benfica não era tão ruidosa como de manhã, mas continuava a ter períodos de imprecepção completa da música).
Interpretação de Resultados: vou ter que estudar o assunto para descobrir se o dano provocado pela utilização de fones é simplesmente devida à proximidade aos ouvidos ou pela intensidade de ondas recebidas pelos ditos. Se esta última hipótese se verificar, então tenho a dizer que: "O problema dos putos serem surdos não é dos fones mas sim da porra da poluição sonora a que estão expostos todos os dias".
Conclusão: 1.É aconselhável, a todos os indivíduos que frequentam os locais alvo do estudo, que comecem a utilizar aquelas protecções auditivas utilizadas pelos operários das máquinas fabris, sob o risco de quando chegarem a idades avançadas, a incidência de surdez na população seja superior à média neste grupo de indivíduos (digam lá Sue e Heimdal, não era fixe ver o pessoal todo do central com umas cenas vermelhas na cabeça?)
2.Após estudado o fenómeno, conclui-se que o Rock não é porra nenhuma poluição sonora!!!.
Criticas à experiência: rigor cientifico perto da nulidade :P. Sério desrespeito por parte da empresa de transportes públicos Carris ao álbum "In Absentia" de Porcupine Tree.
P.S. - Perdoem-me o longo período sem publicar nada no blog, mas a semana passada foi complicada em termos de tempo para me dedicar a estas práticas, esta pelo menos não tenho testes hehe!!
Abraços para todos [[[]]]